Desde finais de Fevereiro, a barreira entre a minha vida e o tempo para a viver tem andado muito mas muito tremida. Única razão? A falta de tempo para efectivamente fazê-lo. Serei muito repetitiva se disser que não tenho tempo para a maior parte das coisas para além da faculdade?
Mas é verdade. Não tenho tempo, não porque ele não exista, ele lá está todos os dias a fazer o seu trabalho, mas porque eu não o quero desperdiçar, quero tentar ter o maior tempo possível para conseguir fazer tudo. E quanto menos tempo passo a relaxar, menos quero fazê-lo. E quanto menos tempo passo a descansar, mais tempo passo acordada. E quanto mais tempo passo acordada, mais tempo passo a trabalhar e a aperceber-me que, a partir daqui, a minha vida vai ser assim. Isto. E não o digo num sentido pejorativo, digo-o apenas para me relembrar that it won't get any better than this. Para me relembrar que as poucas horas de sono vão continuar, que o muito stress e a pouca vontade de comer vão continuar, que as saudades de casa quando estou longe vão aumentar, que as saudades da voz, do perfume e do sorriso da minha mami quando estou longe vão continuar, que este cansaço (palavra que eu proibí na minha linha de raciocínio mas que acabou por sair) veio para ficar por muito tempo. Ainda a semana passada fui ao cinema mas passou tudo tão a correr, e teve de ser à noite depois de um dia cheio de aulas. Não sei onde pára a minha agenda onde tinha tudo organizado e direitinho para não me esquecer de nada. Quero conseguir ser uma boa professora, mas há segundos em que me perco no meio de tanta coisa. Tenho algumas coisas em processo de planeamento a longo prazo que, sinceramente, me estão a stressar ainda mais. E no fim do dia tenho sempre a sensação de que podia ter feito tanto mais ou tudo de uma maneira diferente.
Não tenho mais tempo para coisas triviais.
Não me sinto velha, sinto-me muito, mas mesmo muito diferente.
Tempus fugit. E eu não faço nada para o impedir.
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